15.5.13

amores impossíveis

O outono chega trazendo rajadas de ventos, insistindo em desfolhar as árvores,
que acabam por se entregar a esta dança sensual e às vezes agressiva, talvez um pouco de tango, às vezes flamenco...
O certo é que sapateio, perco-me na profusão de cores, exito em me entregar, pois me habituei às delicias do verão... Quero sentir o avesso, o frio na pele e o acalento das quentes delícias porvir, mas sou romântico e gosto da dramatização de suspender, prorrogar um pouco mais os sentimentos... 
Mas, eis me aqui completamente seduzido, por uma lua crescente linda. Estou pleno, posso sentir o desejo de sorver o calor de um risoto aromático e reconfortante, acompanhado de um vinho inebriante ou apreciar um saboroso queijo, acompanhado de uma alucinante picância de geleia. 
Ou  o que pode ser melhor, elaborar um novo cardápio, guardado o tom de saudosismo e reflexão que estas duas novas estações nos trazem e junto a elas pratos já conhecidos por vocês ou, pelo menos, assim penso eu, e ver as diversas reações que eles causam nos semblantes dos que têm maior facilidade em se expressar, além das diversas reações que nem mesmo chego a saber nos visitantes mais sutis. 
Este cardápio foi concebido neste momento em que muito se fala sobre as variações do amor, questionamentos sobre o que pode ou o que não pode... Quanto a isso sei que nada sei... 
Apenas sinto o amor, que é de onde venho, para onde vou, para o que vim e ponto!
Sobre o que li, ouvi, vi, absorvi e reproduzo sobre o amor, é que ele não se acaba! A fonte é inesgotável e transformadora. Transborda poesia, música, dança...  Ele é multimídia para alguém como eu de 37 anos, não muito atualizado.
Não há lua que baste,
Nem banquete que sacie. 
O amor é multi, pluri, imensurável,
É a vida em si, não tem cimento que seja obstáculo para o seu nascimento.
Não existe uma fôrma capaz de moldar esse mar.
As possibilidades são infinitas e, assim, amores podem ser impossíveis?
Decepções, perdas, ilusões...
Nada detém o amor! Vivemos muitas desilusões e perdas, porém, como um bulbo adormecido pronto para romper, a cada instante ele está pulsante, atrás de um abraço, a frente de um olhar, um novo filho, um amigo, há a possibilidade de uma nova paixão e um novo amor, assim uma linda flor pode nascer. Se a esperança é a ultima que morre, o amor é... ?
Atrevo-me apenas a usar nomes que povoam meu imaginário, (sub)consciente, para nomear os pratos deste novo cardápio que entrego a vocês, junto com o meu coração, para degustarem as novas e já conhecidas sensações.
O desejo pulsante e desfolhado é este amor, amor e mais amor a todos!

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